RESUMOS APRESENTADOS

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PId0365 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Percepção de docentes sobre equidade de gênero em um curso centenário de graduação em Odontologia
Luana Frigerio Bonatti, Gabriel Goveia Schiavetto, Patrícia Petromilli Nordi Sasso Garcia, Juliana Alvares Duarte Bonini Campos, Lívia Nordi Dovigo
Odontologia Social UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - ARARAQUARA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

As mulheres ainda são sub-representadas em algumas profissões, embora tenha havido crescimento da ocupação de espaços profissionais e acadêmicos considerados redutos masculinos. Nas Ciências da Saúde, a proporção de mulheres matriculadas nos cursos de graduação aumentou, mas o Censo de 2021 indicou o sexo masculino como o perfil docente no Brasil. Esse estudo avaliou a participação das mulheres na docência em um curso centenário de Odontologia, por meio da caracterização dos docentes do momento do centenário quanto às suas carreiras e o impacto da diversidade de gênero em sua atuação profissional. Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal, com uma etapa de natureza quantitativa e outra quali-quantitativa. O delineamento amostral adotado foi o não-probabilístico, com amostra composta por docentes atualmente em atividade na faculdade selecionada, de ambos os sexos que concordaram em participar de livre e espontânea vontade. Resultados foram analisados com estatística descritiva e classificação hierárquica descendente (α=0,05). Até a década de 1990, a maioria das contratações foi de docentes do sexo masculino; a partir do ano 2000 o comportamento se modificou havendo maior número de professoras. Até o momento, 14 entrevistas foram concedidas, sendo 50% de docentes mulheres. Entre os resultados destaca-se que apenas um docente do sexo masculino relatou ser o principal responsável por cuidados familiares e afazeres domésticos. Os principais desafios relatados foram a sobrecarga materna e a conciliação entre via pessoal e profissional.

Apesar da carreira universitária proporcionar salários e oportunidades iguais, notou-se que as mulheres vivenciam mais obstáculos para se atingir as mesmas metas que os homens.

PId0366 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Associação entre oferta drogas ilícitas na escola e autorrelato de saúde bucal de adolescentes
Giullie Anne de Souza Giffoni da Conceição, Lucas Alves Jural, Marcela Baraúna Magno, Ismê Catureba Santos, Antonio José Ledo Alves da Cunha, Patrícia de Andrade Risso, Saul Martins Paiva, Lucianne Cople Maia
Odontopediatria e Ortodontia UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Objetivou-se verificar se existe associação entre o contato com a oferta de drogas ilegais na escola (ODI) com o autorrelato de problemas de saúde bucal (PSB) por adolescentes Brasileiros. A ODI foi investigada por meio de 01 item do inquérito Youth Risk Behavior Surveillance System, traduzido e validado para jovens brasileiros. Dentre os PSB coletados por meio de um inquérito virtual, estão: cárie/gengivite/halitose/trauma/lesões em mucosa/bruxismo/maloclusão/dentalgia. O questionário foi divulgado por meio de redes sociais e incluiu adolescentes com idade entre 15 e 19 anos que estivessem cursando ou concluído o ensino médio. Os dados foram submetidos ao teste de X² (p<0,05) e a razão de chance (OR) foi estimada nas análises bivariadas entre ODI e PSB. Adicionalmente, um modelo de regressão logística ajustado por fatores socioeconômicos foi executado, a fim de confirmar as associações previamente identificadas. Incluíram-se 417 participantes oriundos de todas as regiões brasileiras, sendo 52,8% estudantes ou egressos de escolas públicas e com idade média de 16,6 anos. Dentre os participantes, 9,8% relataram ter recebido a oferta de venda ou doação de drogas ilegais no espaço escolar. As análises bivariadas identificaram associação de ODI com gengivite (OR 2,09; IC 95% 1,041-4,202) e lesões em mucosas (OR 2,57; IC 95% 1,31-5,04), o que foi confirmado após ajustes (OR 2,29; IC 1,15-4,57 e OR 2,62; IC 95% 1,37-5,06).

A ODI foi associada ao autorrelato de desfechos negativos na saúde bucal, indicando a necessidade de fortalecer políticas públicas de educação em saúde no espaço escolar, tanto em relação às medidas de prevenção ao uso de drogas, quanto à identificação de problemas de saúde bucal nessa população.

(Apoio: CAPES  N° DS-01  |  CNPq  N° 310225/2020-5)
PId0367 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Análise do pH e concentração do íon fluoreto das águas engarrafadas comercializadas na região metropolitana de Belém do Pará
Joanne Brasil Araujo, Giovana Monteiro Teles, Ana Karoline Oliveira Nunes, Leticia Victoria Pereira Crisostomo, Iure Feitosa Guedes, Isabella Rayza Soares Dos Santos, Helder Henrique Costa Pinheiro, Roberta Souza D'Almeida Couto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O presente estudo avaliou o pH (potencial hidrogeniônico) e as concentrações de íon fluoreto nas águas minerais engarrafadas não gaseificadas comercializadas na região metropolitana de Belém-Pará. Três lotes de sete marcas comerciais de águas engarrafadas disponíveis nos principais supermercados da área urbana foram analisadas. Para o pH foram realizadas três leituras em triplicata com eletrodo acoplado a um pHmetro e os íons fluoretos foram analisados em duplicata com eletrodo íon-específico e os resultados expressos em ppm F. Os valores de pH variaram de 4,53 a 10,25 e três marcas comerciais apresentaram pH com padrão ácido e duas delas abaixo do pH crítico de 5,5. As concentrações de fluoreto variaram de <0,05* a 0,26 ppm F e todas as marcas comerciais apresentaram valores que classificam como água fluoretada por apresentarem valores a partir de 0,02 ppm F, porém sem efeito na prevenção de cárie e sem risco de fluorose. Para as duas marcas comerciais com pH variando entre 4,53 a 4,96 com concentração abaixo de 0,05ppmF representam risco a perda de estrutura dental por desmineralização.

Concluindo, as águas minerais engarrafadas não gaseificadas comercializadas na região metropolitana de Belém-Pará não oferecem risco de fluorose, mas também não promovem proteção contra a cárie dentária. Duas marcas comerciais apresentaram risco de desgaste dental. Os rótulos deveriam informar aos consumidores sobre o potencial efeito no consumo da água fluoretada engarrafada em relação aos riscos e benefícios à saúde bucal. *Valores abaixo do limite de sensibilidade do eletrodo, de aproximadamente 0,05 ppm F.

PId0368 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Modelo de Machine Learning na Inteligência Artificial (IA) prevê o medo e a ansiedade odontológica infantil
César Augusto Moreira Domingues, Lara Evangelista Orlandi, Maria Eugênia Domingueti Rabelo Ribeiro, Rodrigo Rodrigues, Leandro Araújo Fernandes, Daniela Coêlho de Lima, Gabriel Rodrigo Gomes Pessanha, Heloisa de Sousa Gomes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O medo e a ansiedade odontológica descrevem estados psicológicos multifatoriais de natureza complexa, o que faz com que seja desafiador diagnosticá-los em crianças, especialmente naquelas que apresentam dificuldades em expressar seus sentimentos. Assim, o objetivo desse trabalho é o desenvolvimento de modelos de redes neurais artificiais para a detecção de medo e ansiedade odontológica infantil. Os dados foram coletados em uma pesquisa realizada com 153 crianças de 04 a 12 anos de idade que buscaram atendimento na Clínica de Odontopediatria da Universidade Federal de Alfenas com as escalas B-ECOHIS, P-CPQ, Questionário Socioeconômico de JARMAN, Escala Comportamental de FRANKL, B-CFSS-DS e FIS. Após o processamento, a amostra final de 127 crianças foi submetida à normalização e tratamento para maximizar o desempenho da RNA. Através da arquitetura de multilayer perceptron e do algoritmo de gradiente descendente com aprendizagem supervisionada no software RStudio, foram treinados os modelos para previsão de medo e ansiedade odontológica. Em seguida, todos os modelos foram testados, aprimorados e tabulados para análise comparativa. No que diz respeito à previsão de medo, o modelo que apresentou melhores resultados exibiu acurácia de 82,05%, precisão de 80,00%, recall de 100,00% e um F1-Score de 88,89%. Já para a previsão de ansiedade, o melhor modelo alcançou uma acurácia de 61,5%, precisão de 66,7%, recall de 66,7% e F1-Score de 66.7%.

Os resultados destacam a eficácia do modelo de medo odontológico de crianças, se revelando uma ferramenta diagnóstica muito útil para o cirurgião-dentista. No entanto, o desempenho menos robusto do modelo para ansiedade odontológica infantil sugere que ainda pode existir uma margem para aprimoramento.

(Apoio: CNPq  N° 155948/2023-7)
PId0369 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Análise da ansiedade dos alunos de odontologia da UNIFAL-MG comparando as diferentes especialidades odontológicas
Elissa Edaurada de Flório Amaro, Alice Lima Levenhagen Ferreira, Davi Figueiredo Valadares, Jhiullia Luize Oliveira Freire, Maria Eduarda Domingues Ferreira, Paula Miranda Henriques, Leonardo Amaral Dos Reis, Camila Soares Lopes
Faculdade de Odontologia UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O objetivo desse estudo foi comparar a influência das especialidades odontológicas nos sintomas de ansiedade, durante os atendimentos odontológicos, nos alunos de graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Trata-se de um estudo observacional transversal com delineamento amostral não probabilístico por conveniência envolvendo alunos cursando do 5° ao 9° no primeiro trimestre de 2024. Um questionário estruturado usando a plataforma digital Google Forms foi preenchido por 164 alunos. O nível de ansiedade foi avaliado utilizando a Escala de Ansiedade, Depressão e Estresse (DASS-21) e Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) adaptada. Os dados foram submetidos aos testes estatísticos de Kruskal-Wallis e Dunn (α=0,05). Foram observadas diferenças significativas durante os atendimentos na clínica Cirurgia I e Integrada I quando relacionados à sintomatologia de ansiedade: sensação de pânico, aperto no estômago e tensão, além de coração acelerado sem a realização de um esforço físico, dificuldade em acalmar-se e frio na barriga (p<0,05). Os alunos relataram sensação de boca seca com maior frequência durante os atendimentos na clínica de Cirurgia III e Integrada I (p<0,05).

Conclui-se que as especialidades analisadas demandam um conhecimento aprofundado e uma competência técnica sólida para garantir um tratamento adequado, além disso, a Clínica integral I é o primeiro contato do aluno simulando o atendimento de um clínico geral. Deste modo, os estudantes enfrentam um aumento significativo do estresse. Os dados levantados respaldam a implementação de diretrizes psicológicas voltadas para a prevenção da intensificação e o surgimento dessas tensões.

PId0370 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Disparidades na atenção odontológica à gestante no Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais
Dâmaris Kezia Marcelino da Silva, Patrik Félix Jardim, Janice Simpson de Paula, Raquel Conceição Ferreira, Lívia Guimarães Zina
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

Estudo ecológico que investigou, no Estado de Minas Gerais (MG), a variação quadrimestral do indicador "Proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado" introduzido pelo Programa Previne Brasil (2019-2023), de acordo com características contextuais. O indicador foi extraído do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica para os 853 municípios de MG nos quadrimestres de 2021 a 2023. As variáveis contextuais foram Macrorregião de Saúde, Cobertura de Saúde Bucal (CSB) na Atenção Primária à Saúde (APS), Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), porte populacional e porcentagem de Equipes de Saúde Bucal em relação às Equipes de Saúde da Família e da Atenção Primária (%eSB_eSFeAP). Foram realizadas análises estatísticas descritivas e correlação de Spearman, por meio do software estatístico Stata. Observou-se um padrão de aumento no percentual de municípios que atingiram a meta ao longo do período analisado, independente das variáveis contextuais. A macrorregião de saúde Norte obteve maior proporção de gestantes com atendimento odontológico durante o período analisado, alcançando a proporção de 94,2% no último quadrimestre. Municípios com maior CSB apresentaram maior proporção, assim como municípios com IDHM baixo/muito baixo e munícipios com %eSB_eSFeAP acima de 70%. Houve variação mais acentuada nos municípios com porte populacional de 10 a 49,9 mil habitantes. A correlação entre o indicador e as variáveis se mostrou significativa (p<0,05), com exceção da CSB (p=0,77).

Estes resultados indicam variações territoriais, sociais e organizacionais no uso de serviços odontológicos por gestantes nos serviços públicos de saúde em MG.

(Apoio: CAPES  |  FAPEMIG)
PId0371 - Painel Iniciante
Área: 9 - Ciências do comportamento / Saúde Coletiva

Apresentação: 06/09 - Horário: 13h30 às 17h00 - Sala: Área dos Painéis

Condição de saúde oral associada a fatores sócio-ecônomicos de uma comunidade quilombola
João Vitor de Amorim, Carolina Hartung Habibe, Alice Rodrigues Feres de Melo, Aline Pires de Oliveira, Tamiris Fcamidu, Samantha Novelli, Tereza Cristina Favieri de Melo-silva, Rosilea C. H. Habibe
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DA ESCOLA DE ODONTOLOGIA DE VOLTA REDONDA
Conflito de interesse: Não há conflito de interesse

O objetivo do estudo foi identificar condições de saúde oral de crianças e adolescentes pertencentes ao Quilombo de Santana situado na cidade de Quatis, RJ, associando-as às condições socioeconômicas. Para o estudo foi utilizado o índice ceo-d (dentes decíduos cariados, com extração indicada e obturados) e CPOD (dentes permanentes cariados, perdidos e obturados) para avaliação do índice de cárie, o IOHS (índice de higiene oral simplificado) para a avaliação do biofilme e cálculo dentário e o Índice Gengival preconizado por Löe e Silness para avaliação da presença de inflamação no tecido gengival. Os dados foram coletados através de exame clínico utilizando-se espátula e luz natural e questionário estruturado, contendo dados socioeconômicos, hábitos de higiene oral, hábitos alimentares e frequência de tratamentos odontológicos. A coleta foi realizada por acadêmica do Curso de Odontologia do UniFOA, previamente calibrada. Participaram desse estudo 36 crianças e adolescentes de 2 a 17 anos, residentes no Quilombo. O índice ceo-d/CPO-D apresentou uma média de 5,69, o índice gengival 0,06 e o índice de higiene oral simplificado 1,24. As crianças e adolescentes pertenciam às classes menos favorecidas: 53% delas à classe E e 47% à classe D. O nível de escolaridade dos pais era baixo, com 1,4% de analfabetos, 83,3% com o 1º grau incompleto e 15,3% com o 1º grau completo. Os resultados sugeriram que a saúde bucal dessas crianças e adolescentes é ruim, a prevalência de cárie dentária alta e a assistência odontológica precária, com necessidade de implementação de programas voltados às necessidades dessa população.

Concluiu-se que as condições de saúde bucal destas crianças e adolescentes é precária, com associação positiva a fatores socioeconômicos.